“Acreditamos que todo aluno deveria ter a chance de fazer a diferença no mundo. O cronograma que preparamos é sobre essa premissa, considerando três verticais: como planejo meu projeto, como executo e como gero impacto na sala de aula”, destaca Guilherme Camargo, CEO e fundador da Sejunta, durante a abertura da primeira edição do Sejunta’s Education Summit. Realizado no dia 16 de novembro, no Milenium Centro de Convenções (São Paulo – SP), o evento reuniu 51 escolas selecionadas, representadas por seus gestores e mantenedores, além de parceiros e agentes do setor educacional.
“Desejamos que esse compartilhamento, encorajado no Summit, inspire outras escolas, não tão adeptas da tecnologia, a começarem a usá-la”, defende Guilherme Camargo, CEO do Sejunta
Inspirando pessoas
“Atualmente, não há trocas estruturadas sobre o uso de tecnologias nos colégios”, complementa Camargo, no keynote de abertura, justificando a relevância do Summit para o público presente. De um total de 42 mil de instituições de ensino privadas no País, há um percentual baixo de uso sistematizado de recursos tecnológicos de maneira estruturada, conciliada com uma proposta pedagógica. “Selecionamos 51 escolas para participarem conosco, levando em conta alguns critérios, como projetos em andamento e com impacto, uma cultura de inovação instituída e, por fim, algo básico, porém a ser reforçado: visar a melhor educação”, acrescenta o fundador.
Tais critérios de seleção chegaram a um grupo mais focado de escolas com práticas visionárias de tecnologia que estejam bem implementadas. “Obviamente, não quer dizer que outros não estejam desempenhando boas iniciativas. Mas destacamos aqueles com iniciativas mais avançadas e desenvolvidas”, contrapõe.
Ao longo de 8 horas e 12 sessões de trocas intensas, o Summit da Sejunta reuniu gestores e mantenedores de 25 cidades e 10 estados diferentes. Ao todo, cerca de 150 pessoas estiveram presentes nas atividades organizadas em três eixos – Liderança Administrativa, Liderança Pedagógica e Liderança Tecnológica –, que funcionaram em dinâmicas distintas, como palestras, trilhas de aprendizado e espaços na agenda para networking.
Lideranças em foco
No eixo Administrativo, houve uma explanação sobre a cultura organizacional e como introjetar a tecnologia nos hábitos e nas atitudes de uma escola. De acordo com o empresário Jeff Bezos, criador da Amazon, “a cultura de uma empresa é criada devagar, ao longo do tempo, pelas pessoas e pelos eventos”. Essa citação, que fez parte de um debate do Summit, elucida como uma mudança, quando dada rapidamente, muitas vezes tende a ser menos sólida. É preciso tempo e maturação para quaisquer implementações.
Quem nunca ouviu a frase “Aqui foi sempre assim” ao sugerir uma alteração de processo? Além de um espaço para maturar, qualquer mudança na cultura organizacional requer visão – especialmente, quando se fala em tecnologia – e persistência.
Para um futuro nem tão distante assim, foi lançada uma provocação sobre o cidadão multiplataforma, ou seja, a pessoa adepta das ferramentas e soluções à sua volta, sem restrições ou inflexibilidade, alguém que opera na “zona de desconforto”. O conceito é válido para alunos, que naturalmente irão acompanhar esse fluxo, e, sobretudo, para os professores, um público que não pode limitar suas fronteiras em relação a modelos de gestão e armazenamento de dados.
Já no Pedagógico, o papel do universo digital e interativo na gestão da aprendizagem ganhou espaço, com ênfase nos sistemas avaliativos a partir da interação com dispositivos e aplicativos.
Atualmente, algumas escolas têm feito verdadeiros dashboards de BI para mensurar e gerenciar, além de terem reconfigurado notavelmente métodos avaliativos, por meio de dispositivos móveis e questões menos óbvias. Esse aparato permite que uma gama de dados seja analisada e utilizada para o contínuo aprimoramento da aprendizagem, sendo ainda uma aliada na boa tomada de decisões.
Outra “dor” compartilhada foi sobre os meios de tornar o aluno, de fato, protagonista no processo de aprendizagem. Esse tópico tem sido discutido à exaustão em muitas escolas, bem como os debates sobre o fomento do pensamento crítico e das metodologias ativas. Entretanto, muitas conversas sobre os tópicos acabam-se em si mesmas, sem uma implementação efetiva.
Enquanto isso, no eixo Tecnológico, algumas soluções ganharam mais espaço, com debates sob a perspectiva da TI e de inovação. Foi o caso da conversa sobre Mobile Device Management (MDM), ferramenta que assegura e gerencia dispositivos, aplicativos e pontos de IoT (Internet of Things), zelando pela distribuição de forma organizada.
Legado do Summit
A ideia dessa realização, segundo Guilherme Camargo, é justamente fazer com que as escolas se conectem por meio de uma comunidade de ajuda mútua. “Não conseguimos tratar de educação sem falar em uma construção coletiva, enquanto sociedade. Essas instituições, aqui presentes, fazem ações incríveis individualmente. Por isso, queremos que se conheçam, conversem entre si e, a partir dessa ponte, possam planejar um ano que vem melhor”.
Há propostas para curto, médio e longo prazo. “Esperamos um efeito imediato, isto é, com as escolas saindo daqui planejando o ano de 2023 de um jeito que elas não teriam planejado sem ter vindo ao evento. Ao mesmo tempo, não dá para falar em educação e desenvolvimento e ser imediatista. Estamos diante de projetos longos que requerem tempo e planejamento. Para além disso, desejamos que esse compartilhamento, encorajado no Summit, inspire outras escolas, não tão adeptas da tecnologia, a começarem a usá-la”, acrescenta Camargo.